sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Ah, que saudade danada!

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No último Culto no Lar fomos agraciados por uma mensagem que sentimos obrigação em compartilhar, pela beleza e delicadeza das palavras e pelo tanto de emoção gostosa que deixa no coração.

E se pensarmos também, não haveria época melhor para que a espiritualidade nos direcionasse essa mensagem, que foi enviada pelo espírito Calunga, e se encontra no livro Você com Você, da editora Casa dos Espíritos.

Domingo próximo será dia de finados, então peço que leiam com muito carinho a mensagem, para acalentar e encher o coração de todos nesse dia que deve ser só de lembranças boas.


AH, SAUDADE DANADA!

Tem dias que a gente acorda com um nó na gargante, algo a nos apertar o peito, bem junto do coração. Uma coisa que a gente não sabe explica o que é. Saímos pra rua, vamos ao trabalho, à escola, e lá está ela, dentro de nós. Pode ser que os olhos se encham de lágrimas ao ouvirmos uma canção antiga, ou quando vemos uma pessoa que se parece com alguém querido, ou, ainda, ao escutarmos um som u uma voz familiar. Coisas desse gênero ocorrem, embora
não sejamos capazes de definir o que nos incomoda tanto. Até que, de repente, como num passe de mágica, tudo vem à tona.

Num piscar de olhos, nos vemos envolvidos numa nostalgia povoada por lembranças, lágrimas, sons e aromas. Como se fosse um carro alegórico, lá vem ela, a saudade. Sim, saudade de um época, de alguém, de algum lugar;  em suma, de algo que ficou pra trás, na poeira do tempo. À medida que nos envolvemos com essa atmosfera do passado, o presente se desfaz, desaparece, e nos vemos projetados no tempo e no espaço. O que, até alguns minutos antes, definiríamos como aperto inexplicável no coração, de súbito se transforma, e chegam a nossos ouvidos os sons, a nossos olhos, as imagens, e, então, sentimos o perfume peculiar daquilo que, noutra época, vivenciamos corriqueiramente.

"Ah! Aquela casa onde passei minha infância, onde fiz minhas primeiras descobertas... Meu balanço de pneu e corda, a goiabeira l´nos fundos do terreno. Posso sentir o gosto da goiaba madura ainda agora em minha boca. E aquele dia então, em que fui pego de surpresa? Era meu aniversário e minha mãe fez um bolo deste tamanhão. Depois, veio o Natal, em que ganhei meu brinquedo de montar.

"Meu primeiro dia de escola... Como chorei! Mas foi só até minha professora me levar para a sala encantada onde estudei. Era encantada mesmo. Nunca tinha visto nada igual. Nossa! Meus amigos da infância, da juventude e, ainda, meus amigos da idade adulta..."

Às vezes, a saudade é das pessoas que já não estão conosco, aqui, lado a lado, neste mundo de meu Deus. É mãe ou pai; são filhos, irmãos, tios, avós ou amigos. Que falta fazem! Tenho pra mim que, quando é assim e o coração aperta, eles tiveram permissão de Deus e vieram nos visitar. Pode acreditar: eles também sentem saudades suas. Tanto é verdade que, por um período, é comum vê-los andar por aí, por lugares que lhes foram caros, por onde viveram. São almas que abrem a porta abençoada da memória e passeiam por suas histórias de vida, assim como fazemos também.

Eta! Coisa boa a saudade, né? A gente viaja por caminhos e cenas que já conhece. Coisa engraçada... Geralmente a gente quer ir aonde ainda não esteve. Com a saudade, não! Passeamos por épocas e lugares familiares, encontramos pessoas que conhecemos e vivenciamos histórias que, de alguma forma ou de outra, ajudamos a construir. E é exatamente nessa particularidade que repousa a beleza de tudo isso. Nós, humanos, somos humanos por ter condição de chorar e rir com o que fizemos ou com quem tivemos a oportunidade de viver e conviver. Fabuloso. Já imaginou se tal possibilidade não existisse? Que vazio seria?

Então...

"Bem -vinda, amiga saudade! Entre e sinta-se a vontade. Seja minha companheira e me conduza por caminhos que já percorri; faça-me rever meus amores, amigos e parentes. Deixe-me novamente subir no pé de jabuticaba, ouvir a música de ninar na voz de mãe. Quem sabe brincar de pique-esconde? De repente, sentir outra vez a emoção de segurar o diploma de formatura ou o impacto da chegada do primeiro filho. Ah! Quando ele me chamou de mamãe pela primeira vez... quase morri de emoção!

Portanto, se amanhã você acordar com um nó na garganta e sentir algo apertando o peito - a menos que seja um infarto! - , nada de alarme. Deixe e viva... Certamente é a saudade que veio lhe visitar.

Gostou desta Semente de Luz? Que tal curtir e compartilhar com seus amigos?

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