"A morte não é mais do que o regresso à verdadeira vida." (Scipião)
Salve as almas, salve os nossos irmãos amados que se encontram na Pátria Espiritual.
E com esta saudação que venho iniciar esta pequena homenagem a todos que deixaram a saudade de sua companhia enquanto encarnados, mas que ao regressarem a Pátria Espiritual, continuam exercendo o dom do aprendizado e, até mesmo, ensinamentos de acordo com as suas aptidões e experiências obtidas ao longo de suas encarnações.
O texto abaixo, recebi a exatamente um ano atrás ao visitar a reunião pública na Sociedade Espírita Jorge, no bairro de Vila Isabel, Rio de Janeiro/RJ. A sessão como tantas outras, foi muito bem amparada pela espiritualidade, tendo o palestrante a sabedoria de empregar as palavras corretas a fim de consolar e ao mesmo tempo promover o entendimento aqueles que ainda se pegam presos a dor da separação carnal de um ente querido.
Flores da Saudade
Se pretendemos cultuar a memória de familiares queridos, transferidos para o Além, elejamos o local ideal: nosso lar.
Usemos muitas flores para enfeitar a Vida, no aconchego do lar; nunca para exaltar a morte, na frieza do cemitério.
Eles preferirão, invariavelmente, receber nossa mensagem de carinho, pelo correio da saudade, sem selagem fúnebre.
É bom sentir saudade. Significa que há amor em ossos corações, o sentimento supremo que empresta significado e objetivo à existência.
Quando amamos de verdade, com aquele afeto puro e despojado, que tem nas mães o exemplo maior, sentimo-nos fortes e resolutos, dispostos a enfrentar o Mundo.
E talvez Deus tenha inventado a ilusão da morte para que superemos a tendência milenar de aprisionar o amor em círculo fechados de egoísmo familiar, ensinando-nos a cultivá-lo em plenitude, no esforço da fraternidade, do trabalho em favor do semelhante, que nos conduz às realizações mais nobres.
Não permitamos, assim, que a saudade se converta em motivo de angústia e opressão. Usemos os filtros da confiança e da fé, dulcificando-a com a compreensão de que as ligações afetivas não se encerram na sepultura. O amor, essência da Vida, estende-se indestrutível, às moradas do Infinito, ponte sublime que sustenta, indelével, a comunhão entre a Terra e o Céu.
Há, pois, dois motivos para não cultivarmos tristeza:
- Sentimos saudade - não estamos mortos...
- Nossos amados não estão mortos - sentem saudades...
E se formos capazes de orar, contritos e serenos, nesses momentos de evocação, orvalhando as flores da saudade com a bênção da esperança, sentiremos a presença deles entre nós, envolvendo suavemente nossos corações com cariciosas perfumes de alegria e paz.
Livro: Vencendo a morte e a obsessão
Autor: Richard Simonetti
Editora Pensamento
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