segunda-feira, 29 de abril de 2013

Dias Difíceis

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Dias difíceis, dias estes que parecem terem sido feitos para não por os pés fora de casa, mas mesmo assim, atrevidos como somos, colocamos e a cada tropeço dado, praguejamos, jogamos dardos mentais em todos que não nos auxiliam e até mesmo olhamos para o alto dizendo, hoje o Senhor não está facilitando mesmo hein!?

Mas esquecemos que, todos os nossos passos estão sempre oportunizados por diversos aprendizados, e a dificuldade neste caso só se mostra para que estejamos sempre preparados para desbravarmos cada vez mais novos caminhos — quem sabe ainda mais tortuosos  para quando chegar o momento da glorificação olhar para trás e dizer que valeu a pena, agradecendo e perdoando ao invés de seguir com as reclamações.

O que relatei agora, certamente já aconteceu e ainda acontece comigo, pois me vejo tão aluno neste planeta como você e todos os demais que leem neste momento esta Semente de Luz. O que difere é que, atualmente procuro agradecer mais, principalmente depois de compreender  mesmo não tendo a necessidade   todos os caminhos que trilhei e me machuquei para atingir um propósito que muitas vezes não tenho como mensurar.

Para ilustrar o que acabo de dizer, venho expor uma mensagem psicografada pelo professor José Raul Teixeira pelo espírito Camilo.

Dias Difíceis


Há dias que parecem não ter sido feitos para ti.
Amontoam-se tantas dificuldades, inúmeras frustrações e incontáveis aborrecimentos, que chegas a pensar que conduzes o globo do mundo sobre os ombros dilacerados. 
Desde cedo, ao te ergueres do leito, pela manhã, encontras a indisposição moral do companheiro ou da companheira, que te arremessa todos os espinhos que o mau humor conseguiu acumular ao longo da noite. Sentes o travo do fel despejado em tua alma, mas crês que tudo se modificará nos momentos seguintes. 
Sais à rua, para atender a esse ou àquele compromisso cotidiano, e te defrontas com a agrestia de muitos que manejam veículos nas vias públicas e que os convertem em armas contra os outros; constatas o azedume do funcionário ou do balconista que te atende mal, ou vês o cinismo de negociantes que anseiam por te entregar produtos de má qualidade a preços exorbitantes, supondo-te imbecil. Mesmo assim, admites que, logo, tudo se alterará, melhorando as situações em torno. 
Encontras-te com familiares ou pessoas amigas que te derramam sobre a mente todo o quadro dos problemas e tragédias que vivenciam, numa enxurrada de tormentos, perturbando a tua harmonia ainda frágil, embora não te permitam desabafar as tuas angústias, teus dramas ou tuas mágoas represadas na alma. Em tais circunstâncias, pensas que deves aguardar que essas pessoas se resolvam com a vida até um novo encontro. 
São esses os dias em que as palavras que dizes recebem negativa interpretação, o carinho que ofereces é mal visto, tua simpatia parece mero interesse, tuas reservas são vistas como soberba ou má vontade. Se falas, ou se calas, desagradas. 
Em dias assim, ainda quando te esforces por entender tudo e a todos, sofres muito e a costumeira tendência, nessas ocasiões, é a da vitimação automática, quando se passa a desenvolver sentimentos de autopiedade.
No entanto, esses dias infelizes pedem-nos vigilância e prece fervorosa, para que não nos percamos nesses cipoais de pensamentos, de sentimentos e de atitudes perturbadores. São dias de avaliação, de testes impostos pelas regentes leis da vida terrena, desejosas de que te observes e verifiques tuas ações e reações à frente das mais diversas situações da existência. 
Quando perceberes que muita coisa à tua volta passa a emitir um som desarmônico aos teus ouvidos; se notares que escolhendo direito ou esquerdo não escapas da ácida crítica, o teu dever será o de te ajustares ao bom senso. Instrui-te com as situações e acumula o aprendizado das horas, passando a observar bem melhor as circunstâncias que te cercam, para que melhor entendas, para que, enfim, evoluas. 
Não te olvides de que ouvimos a voz do Mestre Nazareno, há distanciados dois milênios, a dizer-nos: No mundo só tereis aflições... 
Conhecedores dessa realidade, abrindo a alma para compreender que a cada dia basta o seu mal..., tratarás de te recompor, caso tenha-se deixado ferir por tantos petardos, quando o ideal teria sido agir como o bambuzal diante da ventania. Curvar-se, deixar passar o vendaval, a fim de te reergueres com tranqüilidade, passado o momento difícil. 
Há, de fato, dias difíceis, duros, caracterizando o teu estádio de provações indispensáveis ao teu processo de evolução. A ti, porém, caberá erguer a fronte buscando o rumo das estrelas formosas, que ao longe brilham, e agradecer a Deus por poderes afrontar tantos e difíceis desafios, mantendo-te firme, mesmo assim. 
Nos dias difíceis da tua existência, procura não te entregares ao pessimismo, nem ao lodo do derrotismo, evitando alimentar todo e qualquer sentimento de culpa, que te inspirariam o abandono dos teus compromissos, o que seria teu gesto mais infeliz. 
Põe-te de pé, perante quaisquer obstáculos, e sê fiel aos teus labores, aos deveres de aprender, servir e crescer, que te trouxeram novamente ao mundo terrestre.
Se lograres a superação suspirada, nesses dias sombrios para ti, terás vencido mais um embate no rol dos muitos combates que compõem a pauta da guerra em que a Terra se encontra engolfada.
Confia na ação e no poder da luz, que o Cristo representa, e segue com entusiasmo para a conquista de ti mesmo, guardando-te em equilíbrio, seja qual for ou como for cada um dos teus dias. 

Médium: Raul Teixeira
Espírito: Camilo
Local: Sociedade Espírita Fraternidade, Niterói/RJ


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