sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Entrevistado do Mês - André Luiz (Espírito)

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Com a aproximação do final do ano, está um pouco complicado vir aqui escrever, porém, não significa que eu deixe de lado o Blog, continuo a responder os e-mails, os recados do Facebook e é claro, sempre passo por aqui para acompanhar a movimentação.

Hoje a Semente de Luz será sobre a entrevista que o espírito André Luiz concedeu ao diretor do Anuário Espírita em 1963. Esta Entrevista foi a primeira do Anuário que teve o início partindo de uma carta do saudoso Francisco Cândido Xavier em 1958 endereçada ao Dr. Lauro Michielin, que já havia editado, nos anos de 1955 e 1956, o livro Libertação (Seleções Espíritas), já com características de anuidade.

Tal idéia deu tão certo que o Anuário Espírita continua expondo até os dias de hoje os assuntos que são colhidos tantos no Brasil como no resto do mundo. Tendo diversas sessões de cunho doutrinário e estudos pragmáticos.

Sem mais delongas, vamos a entrevista de André Luiz para o primeiro Anuário Espírita lançado em 1964, tendo as perguntas ímpares formuladas pelo médium Waldo Vieira e as pares o médium Francisco Cândido Xavier. Os temas são os mais diversos tendo o sexo, reencarnação e atualidades da época postas em questão.


Anuário Espírita - Qual a quantidade aproximada de habitantes espirituais – em idade racional – que se desenvolvem, presentemente, nas circunvizinhanças da Terra?

André Luiz - Será lícito calcular a população de criaturas desencarnadas em idade racional, nos círculos de trabalho, em torno da Terra, para mais de vinte bilhões, observando-se que alta percentagem ainda se encontra nos estágios primários da razão e sendo esse número possível de alterações constantes pelas correntes migratórias de espíritos em trânsito nas regiões do Planeta.

Anuário Espírita - A quantidade de espíritos que vivem nas diversas esferas do nosso Planeta tende, atualmente, a aumentar ou a diminuir?
André Luiz - Qual acontece na Crosta Planetária, as esferas de trabalho e evolução que rodeiam a Terra estão muito longe de quaisquer perspectivas de saturação, em matéria de povoamento.

Anuário Espírita - Considerando-se que as criaturas dos reinos vegetal e animal, deste e de outros planos, absorvem elementos de economia planetária, pergunta-se: O nosso planeta dispõe de recursos para a manutenção e sustentação de uma comunidade de número ilimitado de indivíduos ou a despensa celeste do nosso domicílio cósmico se destina a uma sociedade de proporções limitadas, ainda que de dimensões desconhecidas?

André Luiz - Certo, nos limites do orbe terreno, não é justo conceituar os problemas da vida física fora de peso e medida, entretanto é preciso considerar que as ciências aplicadas à técnica, à indústria e à produção, nos vários domínios da natureza, assegurarão conforto e sustento a bilhões de espíritos encarnados na Terra, com os recursos existentes no Planeta, por muitos e muitos séculos ainda, desde que o homem se disponha a trabalhar.

Anuário Espírita - Espíritos originários da Terra, têm emigrado, nos últimos séculos, para outros orbes?

André Luiz - Seja de modo coletivo ou individual, em todos os tempos, Espíritos superiores têm saído da Terra, no rumo de esferas enobrecidas, compatíveis com a elevação que alcançaram. Quanto a companheiros de evolução retardada, principalmente os que se fizeram necessitados de corretivo doloroso por delitos conscientemente praticados, em muitos casos, sofrem temporária segregação em planos regenerativos.

Anuário Espírita - Espíritos originários de outras plagas costumam estagiar na Terra em encarnações de exercício evolutivo?

André Luiz - Isso acontece com frequência, de vez que muitos espíritos superiores reencarnam no planeta terrestre a fim de colaborarem na educação da Humanidade, e criaturas inferiores costumam aí sofrer curtos ou longos períodos de exílio das elevadas comunidades a que pertencem, pela cultura e pelo sentimento, porquanto a queda moral de alguém tanto se verifica na Terra quanto em outros domicílios do Universo.

Anuário Espírita - Considerando-se a enorme distância geométrica existente entre dois ou mais orbes de um sistema solar ou entre dois ou mais sistemas solares, pergunta-se:

A) Os espíritos, em seu desenvolvimento evolutivo, ligam-se, necessariamente, a determinados orbes?

André Luiz - Em seu desenvolvimento, sim, qual acontece com a pessoa que em determinada fase de experiência física se vincula, transitoriamente, a certa raça ou família.

B) Na imensidão dos espaços que separam dois ou mais corpos celestes vivem, também, inteligências individuais?

André Luiz - Isso é perfeitamente compreensível; basta lembrar os milhares de criaturas que atendem os interesses de um país ou de outro nas extensões do oceano.


Anuário Espírita - Quais os processos de locomoção utilizados nas migrações interplanetárias, considerando-se a possibilidade de migrações de entidades de categoria até mesmo criminosa, como parece ser o caso dos imigrantes do Sistema Planetário de Capela?

André Luiz - Esses processos de locomoção, no plano espiritual, são numerosos. A técnica não se relaciona com a moral. Os maiores criminosos do mundo podem viajar num jato, sem que isso ofenda os preceitos científicos.

Anuário Espírita - Onde começa o Umbral?

André Luiz - A rigor, o Umbral, expressando região inferior da espiritualidade, pelos vínculos que possui com a ignorância e com a delinquência, começa em nós mesmos.

Anuário Espírita - Onde se situa “Nosso Lar”?

André Luiz - Não possuímos termos terrestres para falar em torno da geografia no plano espiritual, mas podemos informar que as primeiras fundações da cidade “Nosso Lar” por espíritos pioneiros da evolução brasileira, se verificaram no espaço do território conhecido como Estado da Guanabara.

SEXO

Anuário Espírita - Por que a disciplina sexual é recomendada pelo Plano Espiritual Cristão?

André Luiz - Claramente que a disciplina sexual é recomendável em qualquer plano da vida, para que a degradação não arruíne os valores do espírito.

Anuário Espírita - Há alguma relação entre sexo e mediunidade?

André Luiz - Tanto quanto a que existe entre mediunidade e alimentação ou mediunidade e trabalho, relações estas nas quais se pede equilíbrio.

Anuário Espírita - As funções reprodutoras do sexo se destinam, somente, da vida na Terra?

André Luiz - Em muitos outros orbes, compreendendo-se, porém, que mundos existem nos quais as funções reprodutoras não são compreensíveis, por enquanto, na terminologia terrestre.

Anuário Espírita - Espíritos sensuais mantêm atividades de natureza sexual após a desencarnação?

André Luiz - Aos milhões, reclamando educação dos recursos do sentimento e das manifestações afetivas, como acontece nos caminhos da Humanidade.

Anuário Espírita - Os perispíritos das entidades espirituais, que se localizam nas vizinhanças da Terra, conservam o órgão do aparelho sexual humano?

André Luiz - Sim, e por que não? O órgão sexual é tão digno quanto os olhos e, como não se deve atribuir aos olhos os horrores da guerra, o órgão sexual não pode ser responsável pelo vício.

Anuário Espírita - Os espíritos conservam, para sempre, as condições de masculino e feminino?

André Luiz - Respondamos com os orientadores espirituais de Allan Kardec que, na questão número 201, de O Livro dos Espíritos afirmaram, com segurança, que o espírito tanto reencarna no corpo de formação masculina quanto no corpo de formação feminina.

Anuário Espírita - Como explicar os homossexuais?

André Luiz - Devemos considerar que o espírito reencarna, em regime de inversão sexual, como pode renascer em condições transitórias de mutilação ou cegueira. Isto não quer dizer que homossexuais ou intersexos estejam nessa posição, endereçados ao escândalo e à viciação, como aleijados e cegos não se encontram na inibição ou na sombra para serem delinquentes. Compete-nos entender que cada personalidade humana permanece em determinada experiência, merecendo o respeito geral no trabalho ou na provação em que estagia, importando anotar, ainda, que o conceito de normalidade e anormalidade são relativos. Lembremo-nos de que, se a cegueira fosse a condição da maioria dos espíritos reencarnados na Terra, o homem que pudesse enxergar seria positivamente considerado minoria e exceção.

Anuário Espírita - Se vivemos tantas vezes, participando da formação de casais frequentemente diversos, como explicar o ciúme?

André Luiz - O ciúme é característico de nossa própria animalidade primitiva, sombra que a educação dissipará.

Anuário Espírita - O espírito desencarnado também está sujeito a crises prolongadas de ciúme?

André Luiz - Como não? A desencarnação é um acidente no trabalho evolutivo, sem constituir por si qualquer solução aos problemas da alma.

Anuário Espírita - Como explicar a paixão que, tantas vezes, cega o indivíduo? (A paixão é, somente, uma doença humana?)

André Luiz - Ainda aqui, animalidade em nós é a explicação.

Anuário Espírita - O adultério é, sempre, causa de conflitos, quando da volta dos cúmplices ao Plano Espiritual?

André Luiz - Sim.

REENCARNAÇÃO

Anuário Espírita - A reencarnação é lei imperativa em todos os orbes do Universo?

André Luiz - Mais razoável dizer que a reencarnação é princípio universal, compreendendo-se que existem esferas sublimes nas quais a reencarnação, como recurso educativo, já atingiu características inabordáveis ao conhecimento humano atual.

Anuário Espírita - Se a Medicina da Terra aumentar – num futuro não muito distante – a média da vida humana na Crosta, do ponto-de-vista educacional, uma única existência, de 500 anos, por exemplo, bastaria para libertar o espírito das necessidades da escola terrena?

André Luiz - Cabe-nos aguardar o apoio mais amplo da Medicina à saúde humana, com vista à longevidade, entretanto, em matéria de libertação espiritual, o problema se relaciona com a vontade acima do tempo. Quando a pessoa se decide ao burilamento próprio, com ânimo e decisão, a existência física de cinquenta anos vale muito mais que o tempo correspondente a cinco séculos, sem orientação no aprimoramento moral de si mesma.

Anuário Espírita - É de esperar-se que nos próximos milênios, quando a Terra se tornar um centro de solidariedade e de cultura, seja dispensado o processo de reencarnação, como elemento indispensável de experiências e estudos?

André Luiz - Digamos, com mais propriedade, que o espírito, alcançando a sublimação, não mais se encontra sujeito ao processo de reencarnação, por medida educativa, conquanto prossiga livre para reencarnar, como, onde e quando deseje, em auxílio voluntário aos semelhantes.

Anuário Espírita - A duração média de vida dos encarnados racionais de outros orbes, corresponde à terrena?

André Luiz - Não. Essas etapas de tempo variam de mundo a mundo.

Anuário Espírita - Todas as reencarnações, mesmo as dos indivíduos vinculados a condições inferiores, são objeto de um planejamento detalhado, por parte dos administradores espirituais?

André Luiz - Há renascimentos quase que automáticos, principalmente se a criatura ainda permanece fronteiriça à animalidade, entendendo-se que quanto mais importante o encargo do espírito a corporificar-se, junto da Humanidade, mais dilatado e complexo o planejamento da reencarnação.

Anuário Espírita - As organizações espirituais que pautam as suas atividades dentro de programas alheios aos princípios cristãos também procedem a execuções de programas para a reencarnação de tarefeiros determinados em suas organizações?

André Luiz - Sim.

Anuário Espírita - Reencarnações de espíritos de ordem superior, presididas por espíritos elevados, em meio inferior, estão sujeitos a represálias da parte de organizações espirituais interessadas na ignorância humana?

André Luiz - Natural que assim seja. Recordemos o próprio Jesus.

Anuário Espírita - Se um espírito encarnado com propósitos cristãos pode, pela má conduta, transformar-se num instrumento das trevas, é de se perguntar se um espírito encarnado sob os vínculos de organizações ainda não cristianizadas no Espaço, pode, também, transformar-se num instrumento ostensivo do programa do bem?

André Luiz - Perfeitamente. Assim ocorre porque o íntimo de cada um prevalece sobre o rótulo que caracterize a pessoa no ambiente humano.

ATUALIDADES


Anuário Espírita - Sabemos que outras civilizações terrenas se desfizeram em épocas remotas. Diante do perigo atual de uma conflagração atômica, é de se perguntar: Estamos às portas da Nova Jerusalém ou no começo de um novo fim?

André Luiz - Na condição de espíritas-cristãos encarnados e desencarnados, pensemos no futuro da Humanidade em termos de evolução, otimismo, confiança, progresso. De todas as calamidades, a civilização sempre surgiu em novos surtos de força para o burilamento geral, ao influxo da Providência Divina, ainda mesmo quando pareça o contrário.

Anuário Espírita - Habitantes de outros orbes conhecem a Humanidade terrena, sua história, costumes, etc.?

André Luiz - Sim.

Anuário Espírita - Diante dos progressos alcançados pela Ciência, conseguirá o homem aportar a outros corpos de nosso sistema solar?

André Luiz - Ninguém pode traçar fronteiras às conquistas da Ciência humana. Quanto mais dilatados o serviço e a fraternidade, a educação e concórdia na Terra, maiores as possibilidades do homem nas conquistas do Espaço Cósmico.

Anuário Espírita - Se a Ciência humana se servir de seus recursos, pondo em risco a estabilidade do Planeta, é de se esperar esteja a Humanidade da Terra sujeita a uma intervenção direta da parte de outros planetas?

André Luiz - Nossa confiança na Sabedoria da Providência Divina deve ser completa. Ainda mesmo que a Terra se desintegrasse numa catástrofe de natureza cósmica, Deus e a Vida não deixariam de existir. Uma cidade arrasada num cataclismo não significa a destruição de um povo inteiro. Justo que, em nos considerando coletivamente, temos feito por merecer longas aflições e duras provas na Terra, entretanto, diante da Infinita Bondade, devemos afastar quaisquer ideias sinistras da cabeça popular carecedora de harmonia e esperança para evoluir e servir. Amemo-nos uns aos outros. Realizemos o melhor ao nosso alcance. Convençamo-nos de que o bem vive para o mal como a luz para a sombra. Edifiquemos o mundo melhor, começando em nós mesmos, e confiemos na palavra fiel do Cristo, que prometeu amparar-nos e auxiliarmos “até o fim dos séculos”. E, assim nos exprimindo, não nos propomos afirmar que, a pretexto de contar com Jesus, podemos andar irresponsáveis ou desatentos. Não. Forçoso trabalhar e cumprir as obrigações que a vida nos trace, a fim de sermos amparados e auxiliados por Ele, sejam quais forem as circunstâncias.

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Espero que possam apreciar tais respostas e que a reflexão sobre elas, tragam outras respostas, não apenas para ti, mas para outras pessoas que ainda não tiveram o contato que tu está tendo agora.

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