Como o site tende sempre a gerar novidades aliadas ao conhecimento e aprendizado para todos que vem aqui buscá-las, propus ao J. Henrique Valêncio que é membro da diretoria executiva, coordenador da parte de ensino, músico e palestrante do Centro Espírita Bênção de Paz uma entrevista para aguçar ainda mais o sentido de ser um médium que trabalha em prol do próximo.
Ele que veio conhecer a Doutrina Espírita aos 18 anos de idade, nas suas andanças por este caminho, chegou a ter inclusive a orientação do saudoso Francisco Cândido Xavier com os trabalhos que viria e vem realizando.
Ele que veio conhecer a Doutrina Espírita aos 18 anos de idade, nas suas andanças por este caminho, chegou a ter inclusive a orientação do saudoso Francisco Cândido Xavier com os trabalhos que viria e vem realizando.
Sem mais delongas, vamos a entrevistado do mês J. Henrique Valêncio:
Andança Espírita - Henrique, você que disse ter conhecido a Doutrina Espírita com 18 anos, poderia dizer o que te levou a abraçar esta causa tão cedo e como esse assunto foi tratado no ambiente familiar?
Henrique - Fui levado por uma namorada na época, que me falou muito bem do Centro Espírita que ela frequentava. Era o Centro Espírita Perseverança, aqui em São Paulo. Detestei na primeira vez que eu fui, mas acabei voltando e lá fiquei por quase 20 anos.
Andança Espírita - Então o primeiro Centro Espírita que você veio a frequentar foi o Centro Espírita Perseverança?
Henrique - Não foi propriamente uma escolha, como disse, fui levado até lá por uma namorada.
Andança Espírita - Após a sua passagem pelo Centro Espírita Perseverança, você ingressou no Centro Espírita Bênção de Paz, teria como descrever essa sua transição entre um Centro e outro, desde o que lhe motivou até o que você levou na bagagem para por em prática nos seus trabalhos realizados no CEBP?
Henrique - Saí do Perseverança porque as tarefas no Bênção de Paz não permitiam mais que eu me dedicasse como se deve às duas casas. Eu participei do início das atividades do CEBP, ouvindo as orientações diretamente do Chico Xavier. A transição foi bastante custosa, porque todos os anos de trabalho, as amizades, a rotina, o convívio com tanta gente querida no Perseverança, tudo isso precisou ser deixado em segundo plano por causa dessa escolha. Mas, indubitavelmente, levei na bagagem o apredizado que tive com D. Guiomar de Albanesi, presidente do Perseverança, além de todas as pessoas encarnadas e desencarnadas com as quais jamais terei condição de agradecer na proporção que me ajudaram, em todos os sentidos.
Andança Espírita - Uma das suas responsabilidades no CEBP é coordenar a parte de ensino PROBEM (Programa Básico de Educação Mediúnica) e o Módulo Avançado de Estudos para os médiuns que trabalham na casa. Como é coordenado o desenvolvimento do corpo mediúnico nas aulas com relação às faculdades mediúnicas?
Henrique - Normalmente as faculdades mediúnicas ostensivas, no método que adotamos, acabam por se fazer notar ao longo dos dois anos desse curso básico, especialmente quando iniciamos os exercícios práticos, no segundo semestre do segundo ano. Quando notamos algum aluno com predisposições especiais, certamente ele acaba tendo uma atenção diferente, em todos os sentidos, porque o simples desenvolvimento da faculdade,sem preparo moral, intelectual e, acima de tudo, sem o evangelho, além de perigoso é completamente contrário ao que ensina Allan Kardec.
Andança Espírita - Tratar com o ser humano é complicado em todas as áreas e num trabalho espírita em si, creio que não difere. Você já teve que adotar alguma medida ríspida com alguém que procurou sobrepor o trabalho espiritual do CEBP? Tem como relatar um caso?
Henrique - Realmente o relacionamento humano é permeado de situações, muitas vezes, delicadas. Porém, não me recordo de ter que adotar uma atitude mais ríspida com algum companheiro que desejasse sobrepor o trabalho do nosso CEBP. O embate de ideias é sempre estimulado em nossa Casa, o que ajuda e estimula o diálogo entre todos. Como especialmente pelo fato de a nossa dirigente, Angela Maria Giudice de Oliveira ser pessoa amorosa e compreensiva sempre, graças a Deus as eventuais discordâncias foram sempre superadas com diálogo e paciência. Entretanto caso algum colaborador venha a se voltar contra as disposições do Centro, obviamente alguma outra providência será tomada, até porque essa também é uma obrigação de quem lidera um grupo de pessoas, para que não se perca o foco do trabalho.
Andança Espírita - Nos trabalhos que compete a exposição de palestras nas sessões públicas, você costuma pedir orientação a espiritualidade sobre quais temas abordar ou são temas expostos diante de uma programação prévia? E qual a fonte regular de pesquisas?
Henrique - Sempre peço orientação à Espiritualidade Superior, nunca foi diferente. Por mais de uma vez eu preparei palestras de forma prévia e, ao chegar ao Centro, percebi pela intuição que o tema deveria ser mudado, e as razões sempre acabam chegando ao nosso conhecimento. As fontes regulares de pesquisas são as obras básicas da codificação e o Evangelho. Mas, isso pode variar. Minha última palestra (14/10), por exemplo, foi baseada em manchete que li no mesmo dia no jornal Folha de São Paulo.
Andança Espírita - Hoje em dia, diante do conhecimento que já detêm e continua buscando com o estudo, qual a sua opinião para que o médium em desenvolvimento não caia nas armadilhas de obsessores?
Henrique - Acima de tudo, a vigilância, o autopoliciamento e a prece são imprescindíveis para que todos os médiuns, em desenvolvimento ou não, possam dificultar a ação das trevas. Mas, nada disso tem grande eficácia, quando a pessoa não se desdobra em se autoconhecer. A importância do "conhece-te a ti mesmo" deve ser muito enfatizada entre todos nós. Senão, vigiar o que, contra o que, policiar qual atitude nossa, não é mesmo?
Andança Espírita - Qual o caso mais grave em termos espirituais que você lidou e como o reverteu?
Henrique - Foi um caso de magia negra (hoje em dia chamamos de obsessão complexa) feita fora do Brasil e que requereu a presença de Forças e Entidades que eu nem sequer pressentia pudessem existir. Certamente foi um dos momentos de maior aprendizado.
Andança Espírita - Como foi idealizado o surgimento da banda do Grupo Harmonização do CEBP? Descreva o sentimento que nutre essa família ao realizar este trabalho e qual a apresentação mais marcante?
Henrique - A ideia da banda já veio com a gente do Perseverança, onde cantávamos muito! E no Bênção não foi diferente, porque os filhos dos dirigentes (meus sobrinhos) tocam violão e piano, o que acabou facilitando a implantação do trabalho que chamamos de harmonização. O sentimento que temos e compartilhamos com o trabalho da música é maravilhoso. É quase que palpável a diferença do ambiente quando começamos a música, para o momento em que começa a palestra evangélica. Tanto nós quanto os frequentadores "viajamos" na energia da música, nas vibrações sutis das notas musicais e na energia das letras que exaltam o amor, o Cristo, o Bem. Foram várias as apresentações que nos marcaram, mas a noite em que tocamos e cantamos para o Chico Xavier na casa dele em Uberaba e após a apresentação ele nos convidou para adentrar no seu quarto (ele já estava deitado, imagine), essa noite em especial, marcou a todos. Foi uma emoção poucas vezes sentida por qualquer pessoa, certamente.
Andança Espírita - Henrique, com relação a tudo o que você já vivenciou nesses seus mais de 30 anos abraçando a Doutrina Espírita, diga lá, qual o seu maior aprendizado?
Henrique - A certeza de que não foi sem razão que o Mestre Jesus nos mandou amarmo-nos uns aos outros. Sem isso, de que vale todo o resto?
Andança Espírita - Qual o seu livro de cabeceira?
Henrique - Varia de acordo com o meu momento. Mas nunca estou sem um dos quatro da série: "Pão Nosso","Caminho, Verdade e Vida", "Vinha de Luz" e "Fonte Viva", do Emmanuel. Eu simplesmente a-do-ro esses livros, que têm me ajudado em momentos ímpares da minha vida desde que os conheci.
Andança Espírita - Para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de ir ao CEBP e se encontram sem uma diretriz para o desenvolvimento seguro de suas faculdades mediúnicas, qual o recado que você tem para todos que leram a entrevista agora?
Henrique - NÃO DESISTA! Especialmente quando estamos sob a influência de irmãos infelizes ou maus, todo lugar parece ruim, rodo sacrifício parece hercúleo, e nada nem ninguém parece nos agradar. Eu me recordo de Chico no livro "O Evangelho de Chico Xavier", do Carlos Baccelli, quando ele diz que não se lembra de ter passado um único dia de sua vida sem luta. E deixo, sem qualquer pretensão de deitar lições que ainda não tenho estofo moral para dar, uma palavra maravilhosa de nosso Emmanuel:
"A paz, por duras conquistas
Fulgura em ti, como uma estrela
No entanto, não desistas
De lugar para mantê-las"
Um grande e afetuoso abraço.
***
Essa entrevista foi realizada com o J. Henrique Valêncio por e-mail, ele foi super solícito e contribuiu de forma gratificante para que esta Semente de Luz tivesse o seu brotar marcante.
Fica o meu agradecimento ao amigo Henrique, tanto ele, como todos que estão ao seu redor tenham sempre o amparo da Espiritualidade Superior ao divulgar, trabalhar e consolar aqueles irmãos de ambos os lados que tenham os seus corações abertos para receber essa luz bendita que vem do nosso Mestre Jesus.
Quem quiser visitar o Centro Espírita Bênção de Paz que também funciona como uma creche e necessita de doações, abaixo seguem as informações:
Endereço: Rua Renato Rinaldi, 517 - Carrão - São Paulo/SP
contato: contato@bencaodepaz.org.br
Um comentário :
Ótima entrevista, adorei !Vou visitar esse centro.
Obrigada !
Andreia
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