quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Exus - Os Guardiões dos Templos Sagrados

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O que seria de uma casa de oração, centro espírita, terreiro de umbanda, enfim, qualquer templo sagrado que trabalhasse em prol da caridade sem a proteção e amparo desses fieis guardiões? Ah, é claro, sem esquecer nós mesmos e nossas moradas.

Exu, para muitos é sinônimo de um espírito com chifrinho e rabo, sendo chamado por muitos como Diabo, mas enganam-se aqueles que poderiam ir de encontro com a informação e buscam na verdade apenas o julgamento através do preconceito.

É bem verdade que tais guardiões às vezes possuem uma roupagem fluídica nada agradável aos olhos, mais tal roupagem é necessária diante dos Planos Inferiores que eles trabalham no dia-a-dia. Como assim? Imaginem o vale dos suicidas, imaginaram? Peguei pesado? Não viram nada ainda! Mas lá também é necessário ordem e tais guardiões estão a zelar pelo domínio para que siga os padrões que se devam ter.


Este lugar possui espíritos que passaram por encarnações falidas por eles próprios e agora trazem em seu perispírito diversas anomalias e sofrimentos gritantes - quem desejar se aprofundar no assunto o livro No Vale dos Suicidas do médium Evaristo Humberto de Araújo ditado pelo espírito Elias retrata bem tal lugar.

E do que adiantaria se os Exus se apresentassem como Anjos de aureola e tudo mais por estes lugares? Será que tais espíritos sofridos iriam respeitá-los? Se a sua inocência diante do assunto disse sim, então recomendo que leia a alguns livros psicografados do médium mineiro Robson Pinheiro, como Tambores de Angola, Aruanda, Legião - Um Olhar Sobre o Reino das Sombras, Senhores da Escuridão e o lançamento A Marca da Besta - este ultimo ainda não li, porém, por fechar a Trilogia O Reino das Sombras, irá abordar este tema.

Diante de tal assunto, buscando uma história que pudesse retratar um pouco dos trabalhos que são realizados por esses fieis trabalhadores, achei no site do Centro Espiritualista Caboclo Pery um belo exemplo de trabalho desta linha de força, principalmente ao atuar em conjunto com outras
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Um Exemplo de Trabalho de Exu

OBS: Essa história foi contada pela Bombo Gira Maria Padilha das Sete Encruzilhadas que trabalha na Egrégora do CECP, visando explicar algumas dinâmicas de trabalho. Os personagens dessa história receberam nomes fictícios.

Carlos se dirige a um Centro de Umbanda aconselhado por um amigo, pois a sua vida está bastante complicada. Sua mãe vive doente, já tendo ido a diversos médicos sem sucesso na cura. O Seu pai foi demitido da empresa que trabalha há mais de 25 anos e vive deprimido e chorando pelos cantos. Ele mesmo desempregado há três anos, vê o filho adoecer sem condições de comprar o medicamento. A sua esposa, única ainda empregada, apresenta indícios de fadiga mental e física.

Ao Chegar no Centro descobre que é dia de consulta com Preto Velho. O seu amigo Cláudio, vai explicando a rotina da casa e como ele deve agir e pedir na hora da consulta.

Chega finalmente a sua vez de se consultar, o seu pensamento está coberto de dúvidas, achando que estava chegando ao fundo do poço ao se dirigir a um terreiro de macumba, falar com uma pessoa que nunca viu antes na vida e abrir o seu coração, suas dúvidas e temores. Num primeiro momento acha graça da posição do médium todo curvado e do jeito de falar, não consegue se aquietar, mas o Preto Velho vai aos pouquinhos ministrando alguns passes e por fim Carlos começa a se abrir.

O Preto Velho a tudo ouve, manifestando de tempos em tempos palavras encorajadoras para o aflito Carlos.

Carlos não entende o por que, mas enquanto ele fala, o Preto Velho vai estalando os dedos em volta dele, olha discretamente para o copo d’água ao lado da vela, joga para cima a fumaça de seu cachimbo, e assim vai firmando e passando as informações para os guardiões que pertencem a egrégora da Casa, que através dos Exus de trabalho partem com a velocidade do pensamento para a casa de Carlos.

Em dado momento, o Preto Velho que está “preso” ao corpo carnal do médium e consequentemente com sua visão limitada, utiliza alguns elementos magísticos e ritualísticos para proporcionar alívio ao Carlos.
Diz no final da consulta que irá trabalhar para ele e toda a sua família, dá algumas recomendações sobre como rezar e elevar o pensamento a Deus e se despedem.

Carlos tem alguma sensação de alívio, sente-se mais leve e confiante, mas ao mesmo tempo não acredita que meia dúzia de estalar de dedos vão “resolver” o seu problema... Incrédulo, mas não tão fraco retorna a sua casa sem nem imaginar que a batalha está apenas começando.

O Preto Velho ao ver Carlos se levantar e ir embora sabe que a essa altura toda a egrégora da Casa já está se preparando para a batalha, e, apesar de ainda estar preso ao corpo do médium pelo processo de incorporação, pôde perceber que será grande.

Mas ainda há o que ser feito em terra... Precisa descarregar o seu aparelho e o terreiro. Terminado o saravá ele parte indo se unir com os outros membros da egrégora.

Com o término dos trabalhos, os médiuns começam a ir embora e no Terreiro de Umbanda se faz silêncio. Mas um silêncio apenas aos ouvidos humanos, pois os sons ali emitidos estão numa freqüência diferente dos sons conhecidos nessa Terra.

E os médiuns pensam: “A gira terminou.”

Não meus caros, a “gira” está apenas começando.

A egrégora da Casa está reunida dentro do terreiro aguardando o retorno dos Exus de Trabalhos com as informações reais de cada consulta que foi realizada. Os Exus vão retornando, um a um.

O Mentor da Casa assiste e faz intervenções quanto às deliberações do Alto, e os Chefes de Linha estabelecem o famoso “quem vai fazer o que”. Tudo isso ocorre em ambiente absolutamente harmônico e organizado.

Exus, Caboclos e Pretos Velhos trocam impressões a respeito dos problemas apresentados e deliberam.
Mas, voltando ao nosso amigo Carlos. (Nesse momento vou dar nomes fictícios também as entidades envolvidas nesse trabalho. Digamos que o Preto Velho que atendeu Carlos chama-se Pai Benedito e o Exu de Trabalho chamado por ele foi Exu Marabô).

Quando Exu Marabô retorna com as informações a respeito do que encontrou na casa de Carlos, o diálogo que se dá é o seguinte:

Marabô: É, Pai Benedito, a situação lá está bem complicada.

Pai Benedito: Eu já suspeitava. O que você viu?

Marabô: A casa do moço Carlos foi totalmente absorvida por uma rede de energia que tem seres bem grotescos mantendo-a firme. Segui buscando a origem dessa rede e me deparei com uma construção logo acima da casa. Adentrando ao recinto vi uma inteligência poderosa por trás disso, mas sem nenhuma relação direta com nenhum dos envolvidos. Buscando entender a “trama” continuei procurando o porque daquilo e encontrei uma mulher bastante dementada, com um aparelho acoplado em sua nuca e pude “ler” seus pensamentos e “sentir” seus desejos que eram de vingança para com o pai carnal do moço Carlos. Vi também que eles ainda não sabem que o moço Carlos veio aqui no terreiro.

Bem, em resumo: A inteligência envolveu essa pobre infeliz e prometendo-lhe “devolver” o pai do moço Carlos pra ela e suga suas energias que é retro-alimentada pelo sentimento de culpa que o pai do moço Carlos tem. Parece que foi uma aventura dele na juventude, só não me preocupei em saber se desta ou de outra vida, pois achei que os dados que tinha já eram suficientes para podermos trabalhar.

Pai Benedito: Sim, sim... Mais do que suficientes! Não estamos aqui para julgar ninguém. Isso cabe ao Pai. Bem, nesse caso teremos que destruir essa construção, mas precisamos primeiro recuperar a moça, e já que o pai de Carlos está involuntariamente retro-alimentando a construção, precisaremos de recursos para auxiliar os familiares também.

Assim, Pai Benedito se dirige ao Caboclo Flecha Dourada, responsável pela corrente de desobsessão daquele terreiro e expõe a situação. Imediatamente o Caboclo determina que a Pomba Gira Figueira irá utilizar os seus elementos magísticos para que a equipe de resgate da Casa recupere a moça e quem mais tenha condições de tratamento e a “equipe de força” destrua a construção e todos os equipamentos dentro dela. Tarefas distribuídas, eles partem para a construção.

Caboclos, Pretos Velhos e Exus guardam uma certa distância da construção e observam a Pomba Gira Figueira assumir uma configuração praticamente transparente.

Ao chegar perto da construção percebe-se sair de sua boca uma espécie de fumaça enegrecida que começa a tomar conta do ambiente. Logo atrás dela, homens empurram uma espécie de carrinho, que lembram os carrinhos usados em minas de escavação de carvão.

Conforme a Sra. Figueira vai entrando no ambiente tomado por essa fumaça negra, os seres que lá estão caem em profundo sono, sendo resgatados pelos homens e colocados dentro dos carrinhos. A ação dela é rápida. Ninguém percebe a sua presença.

Quando todos são resgatados, a Sra. Figueira começa a manipular a energia dos instrumentos dentro da construção mudando sua forma, plasmando outras energias e transformando os instrumentos em bombas auto-destrutivas.

Finalmente sai da construção e os Exus que compõe a “tropa de choque” ou “equipe de força” passam a detonar a bomba e a destruir a construção e a malha que envolve a construção material na Terra e a prender os seres grotescos que dão sustentação a malha no ponto da construção material.

Caboclos e Pretos Velhos começam a tratar ali mesmo as inteligências retiradas da construção, colocando-os em macas e direcionando aos locais adequados aos tratamentos que irão receber, sob os olhos atentos dos Exus Guardiões, Amparadores e de Trabalho.

Outros partem para a construção material e começam o trabalho individualizado entre os membros da família. Exus fazem o trabalho de limpeza e descarga, resgatando os “perdidos”, para serem encaminhados para os trabalhos de desobsessão da Casa de Umbanda, abrindo espaço e dando condições vibratórias para o trabalho dos Caboclos e Pretos Velhos que é o de inspirar pensamentos de perdão ao pai de Carlos, de esperança no próprio Carlos, saúde e bons eflúvios na esposa e mãe de Carlos. Através de passes magnéticos Caboclos e Pretos Velhos transformam o campo vibratório da casa e cuidam de seus moradores.

Enquanto tudo isso ocorre a casa dorme, e todos são tratados em espírito.

Enquanto isso os médiuns daquele terreiro também dormem em suas casas, mas alguns estão doando ectoplasma, auxiliando nos trabalhos de transmutação energética. Uns participando ativamente e outros observando e aprendendo, através do processo de desdobramento, assistem a boa parte dos trabalhos. Após o trabalho realizado o Mentor da Casa sorri.
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É claro que todos sabem que de agora em diante é de acordo com o merecimento de cada um, de cada membro dessa família, tudo dependerá do quanto cada um irá lutar para melhorar, mas agora sem as “amarras” ou interferência do Astral Inferior.

A Umbanda através de uma ação conjunta dos componentes da egrégora de uma Casa de Umbanda pôde proporcionar alívio, conforto e libertação aos membros da família e auxílio aos irmãos perdidos nas trevas da ignorância, do ódio, do rancor, do remorso e da culpa. Mesmo que Carlos nunca mais volte ao terreiro para agradecer a melhora, ou que nunca desperte para a ajuda que recebeu, mesmo que o pai de Carlos nunca se perdoe, a Umbanda se fez presente em Caridade e Amor!

Agora diga com sinceridade, após ler tudo isso você ainda acha que Exu é o Diabo?

Você acha que importa ficarmos discutindo se Exu, a Umbanda e seus Orixás vieram da Atlântida, da África ou do quintal da sua casa?

Se ainda lhe resta alguma dúvida eu afirmo a minha certeza: a Umbanda nasceu do Coração de Zambi em Sua Infinita Misericórdia por nós! Porque só a Umbanda tem quem nos defenda e proteja independentemente da nossa ignorância nos impedir de reconhecê-los como bons e amigos!

Obrigada Exu pela proteção, defesa e principalmente por ter tanta paciência com a nossa ignorância! Salve os nossos amigos, defensores e compadres! Saravá Exu e Bombo Gira! Laroyê Exu!
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Diante de tal começo e história relatada aqui, creio que é possível desmistificar tais impressões tidas a estes guardiões que atuam de forma esplêndida ao compelir e evitar tais agressões por parte do mundo espiritual para com os encarnados, dos encarnados para os desencarnados e desencarnados para os próprios desencarnados.


Que a proteção destes guardiões se encontre ao nosso redor! Laroyê Exu!

Curtiu esta história relatando os trabalhos dos guardiões chamados Exus e Bombo Gira? Então divulgue aos seus amigos...

2 comentários :

Synture Rawa Hahamovici disse...

Nunca me canso de deixar comentários sobre o valor, a importância incomensuráveis do trabalho destes preciosos agentes da Lei e da Ordem divinas, que são os senhores Exus e Bombogiras de Lei. Os há, das mais diversificadas linhagens de atividades, e são, justamente, por serem DE LEI, eminente e imanentemente comprometidos com a boa ordem. SALVE A POLÍCIA ASTRAL!!! salve também a POLÍCIA SIDERAL - salve os...IMPÉRIOS DA LUZ!!!

Irmão Azul disse...

Perfeito! 
Fernanda Visconti

Sementes de Luz Plantadas